A pretensa autonomia individual que tanto se ouve falar seria apenas uma pequena liberalidade, do meio social , onde ainda existe uma dominação da maioria pela minoria e por uma existência homogeneizada. As diversas formas de se viver a vida não são exatamente algo inerente à própria pessoa apenas, mas a uma escolha do que se encontra disponível no “mercado” da vida.
Vamos adequando o que se combina mais com nossas características, com aquilo que a sociedade disponibiliza antecipadamente, cada pessoa terá uma combinação diferente, de acordo com suas personalidade, mas sempre de acordo com o que é tolerado pelo sistema para compor nossa individualidade.
Tudo dentro dos limites dos modelos de Ser oferecidos pelo mercado da existência. Algumas vezes pode ocorrer das individualidades conformadas se tornarem demasiado distantes uma da outra e isso acarretar na impossibilidade do diálogo.
As pessoas sempre são elas mesmas, respeitados os limites da estrutura social da época. Contudo as configurações sociais podem ser modificadas, como efetivamente o são, sempre de maneira inconsciente e não-linear. O Sujeito existe, com seus sonhos e sofrimentos. Então, este sujeito, diante da possibilidade da mudança social, pode ser um dos diversos agentes de transformação do seu círculo existencial e até mesmo da estrutura social.
Hoje, contudo, verificamos uma subordinação de todas as lógicas sociais à lógica do mercado. Se continuarmos nesta direção, dentro em breve poderemos nos referir à civilização atual, como sociedade com alto nível de homogeneidade da consciência coletiva.
É esta a doença social: caminhamos alegremente à homogeneização mais brutal acreditando estarmos realizando um projeto individual, quando estamos apenas recusando a possibilidade de executarmos projetos diferentes dentro da mesma sociedade, uma vez que o único projeto hoje é o do consumo.
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