O Humanismo nos ensina que é imoral esperar que Deus haja por nós. Devemos agir para acabar com as guerras, os crimes e a brutalidade desta e das futuras eras. Temos poderes notáveis. Termos um alto grau de liberdade para escolher o que havemos de fazer. O humanismo nos diz que não importa qual seja a nossa filosofia a respeito do universo, a responsabilidade pelo tipo de mundo em que vivemos em última análise, cabe a nós mesmos.
As pessoas tendem a se isentar da responsabilidade de seus atos. Sempre os justificando com desculpas falhas e ignorantes, parece que estamos sempre à espera de um salvador da pátria. As pessoas não se convencem que são nossos atos que ditam o meio e as condições às quais vivemos. É preciso conhecimento, discernimento e consciência do efeito de nossos atos. A dicotomia entre razão e fé frequentemente recebe ênfase no humanismo, com os humanistas tomando lugar ao lado da razão.
A tradição humanista é uma tradição de desconfiança, tradição que remonta à antiga Grécia. Outro aspecto da tradição humanista é o ceticismo. O exemplo histórico disso é Sócrates. Foi Sócrates, e unicamente ele, entre todos os sábios, que afirmou que nada sabia, ele forneceu-nos um método — um método para questionar as regras de outros, um método de inquirição. Sócrates permanece como um símbolo, tanto do racionalismo grego como da tradição humanista que surgiu a partir daí.
O humanista se rege por valores éticos, por uma interpretação histórica da vida do ser humano, faz a crítica de toda forma de alienação, luta pela emancipação integral do ser humano, luta por um presente e um futuro nos quais não se necessite de entidades supraterrestres para explicar o mundo, mas nos quais o mundo seja construído transparentemente pelos homens. Que seja, portanto, inteligível para todos, pleno de sentido humano.
“Felicidade indica que a pessoa encontrou a solução para o problema da sua existência: a realização produtiva das suas possibilidades e, com isso, sua unidade com o mundo e a preservação da integridade do seu Eu. [...] Felicidade é o critério da habilidade na arte de viver, e por isso uma virtude no sentido da ética humanista” (FROMM, 1947a, p. 120, apud: GNISS, 1995, p. 94).