Total de visualizações de página

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

O real e o imaginário

Vivemos na atualidade a busca de novos caminhos que possam conduzir à compreensão e à superação da realidade. A imaginação tornou-se o caminho possível que nos permite não apenas atingir o real, como também vislumbrar as coisas que possam vir a tornar-se realidade. Embora as sociedades tenham, nas últimas décadas, privilegiado as imagens como forma de conhecimento e de comunicação social, esse fenômeno que utiliza as imagens televisivas ou computadorizadas não trouxe consigo a emergência de um imaginário mais rico ou complexo. As imagens padronizadas não conseguiram construir, através de seus recursos simbólicos, qualquer universo do imaginário social que pudesse superar as antigas narrativas orais, o teatro das ruas e os rituais sagrados e profanos que fizeram parte durante séculos da composição do imaginário social. Porém, o imaginário não foi derrotado no confronto com a racionalidade das imagens massificadas, produzidas para o consumo fácil, encontrando-se presente cada vez mais nas fantasias, e projetos, nas idealizações dos indivíduos e em outras expressões simbólicas, religiosas ou leigas, que traduzem e constroem as suas emoções em um novo contexto imaginativo.  
O imaginário em liberdade, que rompe os limites do real, consiste na explosão que propicia o início de uma nova época ou apenas o tempo efêmero e extraordinário de uma festa.
Com os grandes problemas e o peso que a vida às vezes nos impõe, o nosso mundo real está cada vez mais difícil de viver, pois está repleto de preconceitos, indiferença, violência, tristeza, desigualdade social depressão, acontecimentos chocantes que vemos todo dia.
Já no mundo imaginário, vivemos as fantasias que estão no nosso inconsciente e que no mundo real não podemos colocar em prática, também ditamos nossas próprias regras, somos donos do nosso destino e fazemos o que temos vontade, sem ninguém para criticar, podemos ser quem a gente quiser fazer nossa própria história sempre com o final feliz.
Na verdade não sei o que é mais prejudicial, ser muito cético, e só viver no mundo real, ou ser muito fantasioso, e criar o mundo imaginário e não querer sair dele. Acho que temos que ter um equilíbrio. Mas quando uma pessoa cria um mundo destes e se fecha para a realidade, não totalmente, mas na parte sentimental principalmente, ele se torna mais fria, trata situações como se já tivesse vivido aquilo e compara tudo a seu mundo. Depois de um bom tempo neste mundo imaginário à saída já é distante, enfrentar o mundo real é algo que se tornará trauma, pois os traumas já são modelos prontos na mente, empilhados um a um em um imenso muro do qual sair significa derrubar o muro e ser exposto ao mundo real. Algo que deve ser feito com uma mente forte e com muito apoio de outras pessoas.
A fantasia não propõe apenas outra realidade na qual os objetos estão sujeitos às suas novas regras e normas, mas também ultrapassa as representações sistematizadas pela sociedade, criando outro real. Não deixa de ser real, porque não é ilusão ou loucura, mas outra forma de conhecer, perceber, interpretar e representar a realidade. Possui uma lógica própria compartilhada pela coletividade, que desafia a descrença na existência de seres extraordinários e nas experiências insólitas.