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segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Por falar em frustração

Precisamos ficar atento com nossas emoções, pois a mente é rápida em gerar certas âncoras mentais que acabam nos fazendo ficar parados numa mesma situação por muito tempo, muitas vezes mais frustrados que outra coisa.
Falar em frustração não significa falar de algo doentio, mórbido. A frustração, é uma ocorrência universal e comum a todas as pessoas conscientes das condições de sua existência, significa algo necessário ao amadurecimento e, conseqüentemente, ao desenvolvimento do sujeito, de sua relação com a sua realidade, com os outros e consigo próprio.

O ser humano, tal como os animais superiores, tende a fugir da dor e se aproximar do prazer. Portanto, há sempre uma pretensiosa tentativa de suprimir o sofrimento das frustrações ou das perdas. Entre as várias maneiras que o ser humano usa para essa fuga da dor, incluindo os mecanismos de defesa, as negações, compensações, etc, tudo isso como parte um leque de recursos interiores, recorre-se também à ajuda externa, algo de fora da pessoa.

Porém, não são poucas as hipóteses de ser saudável e até desejável, vivenciar os sentimentos proporcionados pelas adversidades da vida, pelas dificuldades e frustrações das relações humanas. Parece que quando existe excesso de investimento psicoterápico, excesso de intervenções farmacológicas, super proteção familiar, enfim, qualquer esforço sociocultural no sentido de dissimular e minimizar os sentimentos próprios dessas frustrações naturais da vida, a pessoa poderá não desenvolver a necessária capacidade de superar dificuldades existenciais.

Vivenciar perdas, experimentar a melancolia e a tristeza diante das frustrações são processos importantes para o amadurecimento psíquico e aprimoramento das relações sociais. A Depressão não pode ser compreendida como sinônimo do sentimento de tristeza e melancolia que qualquer pessoa experimenta diante das dificuldades e frustrações, mas sim, como um quadro patológico próprio e específico, relativamente emancipado dos eventos existenciais.

Experiência de vida

Durante toda nossa vida, os fatos ou acontecimentos vividos por nós serão nossas experiências de vida e passarão a fazer parte de nossa consciência. Dos fatos e acontecimentos teremos lembranças e sentimentos, assim como também teremos lembranças desses sentimentos, portanto, lembraremos não apenas nossas experiências de vida mas, também, lembraremos se elas foram agradáveis ou não, prazerosas ou não.
Embora diferentes pessoas possam viver mesmos fatos e acontecimentos, cada uma delas sentirá tais fatos e acontecimentos de maneira diferente e pessoal, também vivencia afetiva deste acontecimento ira variar.
Certas pessoas terão um juízo pessimista, uma avaliação negativa de si mesma, ou seja, trata-se de uma Afetividade que representa negativamente para a própria pessoa o seu próprio eu. Se a pessoa está se vendo pior do que é de fato, então afetivamente não está bem. Por sua vez, também faz com que a pessoa se sinta e se ache pior do que realmente é. Isso produz insegurança e rebaixa a auto-estima. Novamente aqui a Afetividade representa negativamente a pessoa para si mesma. A avaliação negativa de si mesmo, achar que a vida não vale à pena, que a realidade é sofrível, sentir medo exagerado, achar-se doente e toda sorte de pensamentos ruins resultam do Afeto alterado.
E como sabemos exatamente nosso próprio tamanho? Quem diz se somos grandes ou pequenos, fortes ou fracos, espertos ou não, superiores ou não ao adversário será nossa Afetividade, esse apetrecho psíquico que dá valor a tudo em nossa vida e, principalmente, nos dá o valor de nós mesmos.
O ser humano sempre viveu diante do dilema entre aquilo que ele quer realmente fazer, aquilo que ele deve fazer e aquilo que ele consegue fazer. Portanto, nem sempre estamos fazendo aquilo que queremos, muitas vezes não queremos fazer aquilo que devemos, outras vezes queremos e devemos fazer aquilo que não conseguimos. Enfim, estamos constantemente diante desse conflito.
Essa situação não diz respeito apenas às questões de nossa vida prática, diz respeito também aos nossos sentimentos. Se devemos gostar ou não de determinada pessoa, gostar ou não de determinada atitude nem sempre obedece ao fato de querermos gostar ou não. Às vezes odiamos ou gostamos mesmo não querendo, outras vezes mesmo não devendo, outras vezes ainda, mesmo devendo e querendo não conseguimos.
Como vimos, todos nós estamos sujeitos ao Conflito, pois, nem sempre estamos plenamente felizes com nossa situação atual. Na verdade, é quase impossível uma pessoa consciente viver sem nenhum Conflito.
Na saúde emocional conseguimos conviver bem com nossos Conflitos, conseguimos viver bem apesar de nossos Conflitos. Entretanto, estando a Afetividade comprometida, podemos sucumbir a esses Conflitos.
Outras vezes a Afetividade depressiva ou esgotada mexe e remexe no baú de nosso psiquismo. Fatos, Vivências, Conflitos e traumas praticamente esquecidos voltam à tona, incomodam e torturam.