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sábado, 4 de junho de 2011

"Navegar é preciso. Viver não é preciso." (Fernando Pessoa)

Com certeza na vida o que mais existe é imprecisão. Por mais que planejemos com perfeição, alinhemos todas as arestas, façamos planos perfeitos, em alguns segundos tudo vai por água abaixo. Na vida estamos sempre recomeçando, talvez ai esteja à beleza da vida, poder refazer aquilo que se começou, mudar os caminhos ter novos destinos. Por mais que achemos terrível, recomeçar algo na vida e bom, pois nos da chance de fazer melhor aquilo que não deu certo ou não pode ser completado. 

A vida é incalculável no sentido de momentos, decisões e medidas. A vida não é exata, não é precisa, não sabemos como será o dia de amanhã, ou quando morreremos. Quando nos valorizamos em vida, temos o poder nas mãos de nos aceitar como somos, de sermos uno e o resultado disso é o poder criativo. 

Não devemos nunca nos deixar destruir, devemos sempre criar e recriar o impossível de nós e para nós. Devemos abandonar a mesquinhez, os falsos projetos, a falsa ilusão, a falsa crença para apostarmos no que temos de melhor em nós. Sei que somos humanos o bastante para necessitarmos a todo tempo de perguntas com respostas rápidas e ligeiras, que possam então nos levar ao mundo real e com isso deixamos de pensar em nossa imortalidade. Mas o que devemos criar para deixarmos ao mundo? 

Que contribuição poderemos deixar aqui na Terra aos que ficaram e aos que virão? Por isso o exercício da criação deve estar sempre presente em cada gesto, em cada amanhecer. A existência nos ajuda para isso se não passarmos a vida simplesmente por viver. Viver é existir de todas as formas. Para viver, não basta ver, ouvir, pensar e falar, pois estas são manifestações da existência. Para viver, é preciso sentir, mergulhar em si mesmo e sair. É o olhar e ver. 

Quem apenas existe sem viver, estagna em vida.

Tempo

A humanidade caminha no ritmo do tempo ou o tempo caminha no ritmo da humanidade? Já ouve época em que vivíamos no ritmo da natureza, das estações, do dia da, noite, até que conseguimos com mais exatidão dividir o tempo, calendários surgiram, o tempo foi controlado mecânicamente depois digitalmente. Hoje vivemos controlando o tempo ou controlado por ele, o que foi criado ate agora baseado em leis naturais já não dão conta de nosso dia a dia, então o que fazer? Criar um dia de 48 horas?

O tempo é o vínculo que organiza a vida que vivemos atualmente. Somos levados a pensar para cada atitude o tempo que gastaremos. Preocupamos com o que faremos e nos angustiamos quando tudo acaba. Tudo o que significa perda de tempo causa-nos mal-estar. Vivemos num ritmo frenético e onde predominantemente o presente é importante, vive-se online, mas será que esta vivência e algo que envolva reflexão ou já estamos num ritmo tão compulsivo em que muitas vezes agimos mais instintivamente que analiticamente. 

Somos muito ciosos do que faremos e do que temos a fazer imediatamente. Não gostamos do que já passou apesar do passado representar nossa historia e muitas vezes ser modelo do que fazer ou não fazer. Esquecemos o futuro, pois estamos demais preocupados com o aqui e agora. Vivemos intensamente o presente ou vivemos irrefletidamente o presente? 

O que fizemos do passado? Será que ainda esperamos algum futuro? Como lidamos com o tempo: passado, presente e futuro? Que relações estabelecemos no tempo chamado hoje!