Com certeza na vida o que mais existe é imprecisão. Por mais que planejemos com perfeição, alinhemos todas as arestas, façamos planos perfeitos, em alguns segundos tudo vai por água abaixo. Na vida estamos sempre recomeçando, talvez ai esteja à beleza da vida, poder refazer aquilo que se começou, mudar os caminhos ter novos destinos. Por mais que achemos terrível, recomeçar algo na vida e bom, pois nos da chance de fazer melhor aquilo que não deu certo ou não pode ser completado.
A vida é incalculável no sentido de momentos, decisões e medidas. A vida não é exata, não é precisa, não sabemos como será o dia de amanhã, ou quando morreremos. Quando nos valorizamos em vida, temos o poder nas mãos de nos aceitar como somos, de sermos uno e o resultado disso é o poder criativo.
Não devemos nunca nos deixar destruir, devemos sempre criar e recriar o impossível de nós e para nós. Devemos abandonar a mesquinhez, os falsos projetos, a falsa ilusão, a falsa crença para apostarmos no que temos de melhor em nós. Sei que somos humanos o bastante para necessitarmos a todo tempo de perguntas com respostas rápidas e ligeiras, que possam então nos levar ao mundo real e com isso deixamos de pensar em nossa imortalidade. Mas o que devemos criar para deixarmos ao mundo?
Que contribuição poderemos deixar aqui na Terra aos que ficaram e aos que virão? Por isso o exercício da criação deve estar sempre presente em cada gesto, em cada amanhecer. A existência nos ajuda para isso se não passarmos a vida simplesmente por viver. Viver é existir de todas as formas. Para viver, não basta ver, ouvir, pensar e falar, pois estas são manifestações da existência. Para viver, é preciso sentir, mergulhar em si mesmo e sair. É o olhar e ver.
Quem apenas existe sem viver, estagna em vida.