“A
unanimidade é burra.” (Nelson Rodrigues)
Ninguém insiste tanto na conformidade como aqueles que advogam
“diversidade”. Sob o manto de um discurso progressista jaz muitas vezes um
autoritarismo típico de pessoas que gostariam, no fundo, de um mundo uniforme,
onde todos rezam o mesmo credo.
Se ao
menos todos abandonassem o egoísmo, a ganância, e se tornassem almas
conscientes e engajadas…
A obsessão pela saúde e pela felicidade, assim como a ditadura
do politicamente correto são claramente sintomas da modernidade. Vivemos na era
da covardia, onde poucos têm coragem de se levantar contra o rebanho. Estamos
sob o controle dos eufemismos, com a linguagem sendo obliterada para proteger
os mais “sensíveis”. Todos são “especiais”, o mesmo que dizer que ninguém o é.
Chegamos à era do conformismo: ninguém pode desviar do padrão definido, pois as
diferenças incomodam muito. Todos devem adotar a mesma cartilha “livre de
preconceitos”.
Pensar na possibilidade de que os próprios pais devem educar
seus filhos, impondo limites e dizendo “não”, parece algo estranho demais para
os engenheiros sociais da atualidade. As “crianças mimadas”, os adultos
modernos, preferem delegar a função ao governo, que será responsável pela
“pureza” das propagandas. Quem precisa de liberdade de escolha quando se tem o
governo para controlar nossas vidas?
Parte importante da liberdade é o direito de cada um ir para o
“inferno” à sua maneira. O alimento de um pode ser o veneno do outro. Esta
variabilidade humana nos impõe a necessidade da liberdade individual e da
tolerância. Ninguém sabe qual o desejo do outro. Infelizmente, estamos vivendo
cada vez mais sob a ditadura da maioria. O paraíso idealizado pelos
“progressistas” seria um mundo com tudo reciclado, pessoas vestindo roupas
iguais, comendo apenas alimentos orgânicos, e andando de bicicleta para cima e
para baixo. Paradoxalmente, os “progressistas” odeiam o progresso!
Uma época em que o homem é praticamente obrigado a ser “feliz”, ainda
que seja à base de Prozac.
Que saibamos
desconfiar mais da cruzada moral dos “progressistas” e sua retórica
politicamente correta.
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