Vivemos em uma sociedade onde o apelo sexual intenso, o gostar e o amar assumem o lugar de pseudo-importância mesmo que, na realidade, sejam para muitos um desejo ou uma utopia. A sexualidade plena e integrada é substituída pelo consumismo sexual que busca ocupar o lugar do extremo vazio, solidão, desqualificação de si mesmo. O amar se transforma em uma necessidade de suprir ao outro, em busca de, na realidade, preencher a si mesmo, possuir o objeto amado, tê-lo para si. O ser amado passa a ser uma conseqüência, um retorno que se espera a partir de todo o investimento que se faz no outro.
Cada vez mais, estamos percebendo a necessidade de se voltar para o cuidado com os relacionamentos, com as nossas características humanas que estão já há muito tempo sendo negligenciadas, esquecidas, reprimidas.
Diante de tantos acontecimentos assustadores que diariamente tomamos conhecimento, cresce a vontade de se ter tranqüilidade, de se sentir bem estar, de se conseguir ser feliz, de se viver de maneira mais harmoniosa.
Queremos e precisamos de demonstrações sinceras de afeto, de bem querer. Estamos percebendo que a nossa carência é incômoda, que por mais que adquirimos bens materiais, ela não diminui de verdade, apenas atenua um pouco, e por pouco tempo.
Durante muito tempo, houve uma corrida enlouquecida, desatinada, direcionada unicamente para a evolução intelectual, para se obter sucesso, respeito profissional, enriquecimento material.
A competitividade é estimulada em todos os setores, de uma forma extremamente convincente. Somos estimulados a enxergar como possíveis inimigos, e tratar como adversários, como rivais, não só aqueles com quem convivemos no local de trabalho, ou aqueles que encontramos pelas ruas. Mas a todos os que nos cercam, ignorando a importância de se ser cúmplices e companheiros na relação, e se posicionando nos relacionamentos, como adversários, cada um querendo superar, e quando for o caso, até mesmo derrubar e passar o outro para trás. Ou impedi-lo de crescer, de desenvolver e usar suas capacidades.
Quanta dificuldade temos, em expressar os sentimentos bons que trazemos dentro de nós! Como, muitas vezes, é bem mais fácil sermos ríspidos e agressivos com as pessoas com as quais convivemos.
Enquanto nao mudarmos a forma de abordar nossas relaçoes em todo os planos, de sermos mais autenticos e compreensivos, sem nos deixarmos ser manipulados, mais sim uma relação de igual para igual livre de pré-determinismos e baseados honestidade e confiança e compreenssão nao vejo muita mudança.
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