Estava lendo outro dia na internet, acabei ate concordando: vivemos relações comerciais até em relação a nossos sentimentos! Chegamos a tal ponto de consumismo que ate algo tão pessoal, esta sendo utilizado como instrumento de troca, sim, muitas vezes e muito lucrativo, mascarar o que sentimos ou então distorcer a verdade para se alcançar algum lucro, seja monetário, sentimental ou sexual.
Vivemos num mundo que valoriza mais relações momentâneas e rápidas, e sem comprometimento, sem afeto, medo de errar ou sofrer, a relações construídas com base em compartilhamento de afeto e troca de experiências, trocamos tudo por desejos e experiências rápidas onde geralmente no dia seguinte alguém estará mal.
Existem duas ilusões bastante diferenciadas em nossa cultura: uma relacionada com dinheiro e a outra com o sexo. A ilusão de que o dinheiro é onipotente, que ele pode solucionar todos os problemas e trazer ao seu detentor toda a alegria e felicidade, é responsável pelo culto ao dinheiro. De maneira similar, o culto ao sexo provém de uma crença na onipotência do sexo. No entendimento daqueles que partilham destas ilusões, o encanto sexual, assim como o dinheiro, é um poder que pode ser usado para abrir a porta do céu. Para muita gente, dinheiro e sexo tornaram-se as divindades supremas.
Percebemos que ambas as ilusões, a do dinheiro e a do sexo como instrumento de busca de poder, levam as pessoas a tomar a aparência como se fosse o conteúdo, o que causa um conflito de valores representado pelo ego e o corpo: O ego pensa em realização e o corpo em prazer. O ego funciona com imagens, o corpo funciona com sentimentos. Sob essa ótica, a resolução deste conflito só acontece quando alguém consegue fazer coincidir imagem e sentimento, ou diluir o ego em função do sentimento, o que provavelmente lhe proporcionará uma vida emocional equilibrada e saudável. O contrário disso, ou seja, quando o sentimento é subordinado ou reprimido em favor da imagem do ego, da ilusão, a consequência é uma existência permeada de frustrações, desequilíbrios, e desconfortos emocionais com resultados imprevisíveis.
Por trás de toda ilusão há um desejo de liberdade e amor. O indivíduo desesperado luta por liberdade e amor por meio da ilusão. Na sua mente, o poder é a chave da liberdade e do amor. A questão que se apresenta a seguir então é: Como superar esta ilusão de poder, agregadas ao dinheiro e ao sexo? A princípio, poder-se-ia dizer que tanto o sentimento de liberdade como do amor precisam ser vivenciados corporalmente; há que se sentir para poder ter a dimensão desses sentimentos e desbloquear os caminhos para eles cresçam com naturalidade e sejam reais, uma vez que muitos, movidos pelas mais diferentes razões, por estarem nutrindo-se emocionalmente de ilusões podem estar fadados a viver continuamente inseguros em relação ao que é fundamental ao seu bem viver ou ficar preso entre a realidade e a ilusão, o que não é nada agradável, para quem almeja uma vida plena de satisfações duradouras e reais.
Isto não significa, porém, que o dinheiro, o sexo e o poder sejam maléficos por natureza. O que determina seus efeitos são os princípios e o caráter de quem deles dispõe.
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