Talvez
você ache estranho essa história de mudar de "Eu". Afinal, como posso
mudar o que eu sou? A base da idéia é distinguir que existem pelo menos duas
possibilidades para "ser". Existe o que sou de verdade e existe o que
acredito que sou. Não posso mudar o que sou, mas posso mudar o que acredito que
sou.
O que
alguém acredita que é define comportamentos possíveis. Por exemplo, se
realmente acredito que sou tímido, e se passa pela minha mente um comportamento
mais extrovertido, pode ser que seja inibido devido àquela crença. Acreditar
que sou capaz de lidar com qualquer situação certamente vai me fazer buscar
alternativas, ao invés de desistir. Ou seja, se eu acreditar direitinho, meu
cérebro não distingue entre a crença e a verdade.
Um
aspecto relacionado às crenças sobre minha identidade é que pode haver
distorções. Pode ocorrer que eu acredite em minha visão distorcida do meu
próprio eu. Como alguém determina e sabe que é alguma coisa? Certamente deve
ser porque têm padrões de comportamento ligados a imagem que faz de si, portanto,
toda crença tem que ter experiências que a comprovam para a pessoa. Esta é a
pista para mudar o que somos: se determino o que sou pelos meus comportamentos
anteriores, se eu mudar meus comportamentos, logo serei diferente.
É curioso
o círculo que se forma: meus comportamentos passados determinam o que acredito
que sou, e o que acredito que sou influencia meus comportamentos. É semelhante
aos hábitos: primeiro você faz o hábito, depois o hábito te faz.
Como
mudar então? A solução é intervir inteligentemente nos seus modelos mentais,
usando a imaginação para semear novas possibilidades de comportamentos, e
imaginar-se também previamente preparando o que vai dizer.
Um ponto
importante nesse processo é respeitar as objeções internas. No mais das vezes
elas estão enviando mensagens. Medo e insegurança podem indicar necessidade de
melhor preparação. Culpa pode indicar violação de valores.
Estruturando,
siga os seguintes passos para mudar o que você acredita que é:
1)
Determine um objetivo
2)
Descubra comportamentos que definem para você que aquele objetivo foi atingido.
3)
Verifique se os comportamentos são aceitáveis para seus valores e seu sistema
em geral, e se serão legais ou úteis para você e outras pessoas.
4) Faça o
ensaio mental dos comportamentos.
Tenha em
mente que você não vai "adivinhar" o futuro, este nunca é totalmente
previsível e o detalhamento final das decisões sempre é feito
momento-a-momento. O que você vai fazer é gerar inspirações, que no momento
apropriado vão surgir espontaneamente em sua mente. Assim você também vai
preservar sua espontaneidade, já que são inspirações e não programações.
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